sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Juventude, Campo e Cidade na Construção da Reforma Agrária

por Gerônimo Pereira da Silva*, Josene Aparecidade dos Santos**, Bruna Maria Valsoler***

Em um assentamento histórico do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, com o nome Lagoa do Junco – Hugo Chaves, município de Tapes – RS aconteceu dois dias antes da romaria da terra o nono acampamento da juventude campo e cidade. O acampamento dialogou sobre vários temas e angustias da juventude, tendo como principal, a Reforma Agrária, dada que é esta que vai garantir a sobrevivência da juventude no campo e os alimentos de qualidade e acessíveis aos trabalhadores do campo da cidade, assim como trabalho e renda.   
Com o Tema: “Reforma Agraria, Cooperação e Agroecologia” e o lema “Cultivar Vida Saudável” a trigésima sétima romaria da terra dialogou com os diferentes públicos do campo e da cidade e em especifico a juventude que aos poucos está assumindo a reforma agrária como uma bandeira de luta a cooperação e torna uma das tarefas do próximo período histórico. Cooperar para uma vida saudável em sociedade cooperativada também no sentido da organização do trabalho e renda, e com a agroecologia que é uma bandeira de luta da juventude do campo e cidade na busca de uma vida saudável com alimentos livres de agrotóxicos de qualidade e acessível aos povos da sociedade.
Reunidos em um grande acampamento da juventude campo e cidade os jovens dos movimentos sociais e pastorais movimento dos trabalhadores rurais Sem Terra, movimento dos trabalhadores desempregados, movimento dos atingidos por barragens, pastoral da juventude rural movimentos juntos, levante popular da juventude, e pastoral da juventude, dialogaram com as demandas da sociedade, o que nos une o que temos em comum em torno de um projeto de sociedade socialista com direitos e deveres igualitário e contrapondo o modelo do capital e sua expressão no campo, o  agronegócio que quer fazer uma agricultura sem camponês e alicerçada nos agrotóxicos que mata os trabalhadores, lutamos como jovens da classe trabalhadora por uma agricultura livre de agrotóxico e que produza para a população e não só para a exportação para alimentar gado na Europa.
O acampamento foi uma construção coletiva da juventude campo cidade que pensou desde as demandas de infraestrutura e até a metodologia e temas a ser debatido entre os jovens, o assentamento nos acolheu, inclusive dias antes na preparação onde dezenas de jovens vieram para fazer toda preparação da acampamento e da romaria da terra que teria vários diferencias esse ano como a abertura da colheita do arroz do assentamento, o ato Hugo Chaves e um  encontro da mulheres do MST que deu um caráter feminista a nossa atividades e um caráter de luta contra o capital já que estamos falando das mulheres Sem Terra da via campesina que são sinônimo de luta e resistência camponesa.
Nos acampamentos reforçamos o compromisso com a reforma agrária popular para os trabalhadores do campo e da cidade, na construção de uma sociedade justa e igualitária para todos com os valores da solidariedade da agroecologia e cooperação. Debatemos politicamente como caráter de classe, pois somos todos jovens da classe trabalhadora compromissados com nossa bandeiras de luta 
Dialogamos no acampamento sobre agroecologia como uma nova matriz produtiva alicerçada na cooperação e com experiências concretas, pois estávamos em um assentamento do MST onde as famílias cooperativadas distribuíram mais de quinze mil quilos de arroz orgânicos para os romeiros. Arroz orgânico fruto do trabalho cooperado das famílias assentadas jovens, mulheres, homens e crianças do MST, a colheita do arroz é símbolo concreto da produção camponesa. 
As jornadas socialistas resgataram as lutas dos trabalhadores onde vivenciamos suas histórias e conquista e desafios nos dando força para continuar na luta pela transformação da sociedade. As noites culturais reafirmaram que a juventude reproduz e produz a cultura dos trabalhadores da classe e animados dançamos, nos divertimos e expressamos a nossa energia de jovens.
O acampamento nos deu novas esperanças, novas forças concretas de uma articulação mais consistente e da força que juntos temos para organizar e potencializar a nossa organização, bem como lutar juntamente por um novo modelo de sociedade, já estamos construindo um horizonte claro e com as fermentas nas mãos e energias prontas a serem canalizadas para o nosso projeto de sociedade uma sociedade socialista. 

*Setor de Formação do MST-RS
**Setor de Educação MST-RS
***Setor de Juventude MST-RS

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