sexta-feira, 29 de julho de 2016

MANIFESTO CONTRA OS ALIMENTOS TRANSGÊNICOS E A FAVOR DA SEGURANÇA ALIMENTAR

O recente relatório a respeito dos transgênicos efusivamente propagandeado em horário nobre pela grande mídia teve como óbvio interesse de tranquilizar os consumidores. Com o objetivo de dar uma versão pretensamente científica, por todos os cantos do planeta ouviu-se a afirmação de que “alimentos transgênicos não fazem mal à saúde”. Porém nós, entidades, agricultores e consumidores, que defendem a alimentação saudável, queremos dizer à sociedade que não concordamos com essa afirmação, pois sabemos que existem vários estudos que, DE FORMA CIENTÍFICA, apontam para os riscos da ingestão dos alimentos transgênicos à saúde.
O tal relatório não fez nenhuma pesquisa, mas uma junção de dados e concluiu tendenciosamente que não haviam provas de que os transgênicos fazem mal. Porém, escondeu-se o fato de que não provar o malefício não significa provar que é seguro. Continuamos a entender que o princípio da precaução deve reger toda a nova tecnologia criada pelo homem, especialmente no que diz respeito a alimentação humana e que as pesquisas desse caráter normalmente são superficiais.
Será que os autores do relatório analisaram os estudos que indicam os efeitos nocivos dos transgênicos a saúde? Ou, como já ocorreu outras vezes, esses estudos foram ignorados? No livro “Lavouras Transgênicas: riscos e incertezas” estão descritos mais de 750 estudos que são sumariamente desprezados pelos órgãos reguladores. A consistente pesquisa francesa de Seralini de 2014 observou relação entre o consumo de transgênicos e o aparecimento de TUMORES MALÍGNOS em cobaias. Por que isso não está sendo divulgado?
A divulgação bombástica do relatório, nesse momento, não tem relação com novas descobertas, mas, possivelmente com os acontecimentos que arranharam a imagem dos transgênicos nos últimos tempos: a mudança de posição de pesquisadores, como o canadense Thierry Vrain que, de fervoroso cientista a favor tornou-se um combatente dos transgênicos indo a público expor as mentiras da propaganda da indústria de biotecnologia; o manifesto dos 815 cientistas de 82 países pedindo a suspensão dos transgênicos em todo o mundo; o despertar de consciência da sociedade de vários países exigindo rótulos nos alimentos transgênicos; a guerra comercial contra a postura da Europa de querer comer alimentos seguros e não importar transgênicos; entre outros.
Por tudo isso, as Articulações de Agroecologia do Vale do Taquari e do Vale do Rio Pardo e os participantes do 16º Encontro Diocesano de Sementes Crioulas vêm a público manifestar que não aceitamos o relatório e a propaganda pró-transgênico e propomos que a sociedade tampouco aceite. Repudiamos a forma com que a CTNBio guiada por interesses econômicos, avalia e libera essas sementes. Ao invés disso, queremos mais pesquisa séria e menos liberação comercial dessa tecnologia pois ninguém quer ser cobaia dos alimentos da engenharia genética.

Arvorezinha, 27 de julho de 2016.





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